segunda-feira, 29 de setembro de 2008

No Descompasso da Orquestra






O dia ontem foi agitado!!! Entrevista coletiva pela manhã com alguns atores (Murilo Rosa, Othon Bastos, Orlando Vieira) do filme "Orquestra dos Meninos" e mais a produtora Gláucia Camargos, o diretor Paulo Thiago e o verdadeiro Mozart Vieira. Até que esse encontro foi pontual ou quase (com um atraso de cerca de meia hora).


Mas passado o "chá de cadeira", a coletiva fluiu normalmente, com algumas perguntas de praxe, óbvias, mas outras inteligentes. Os entrevistados porém, se entusiasmaram e as respostas que poderiam ser mais concisas, viraram verdadeiros tratados. Para quem tinha que voltar para a redação e redigir o texto, a espera foi um suplício. No entanto, o pior estava por vir.


A pré-estréia marcada para iniciar às 19h, em seis salas simultâneas do Cinemark, acabou tendo um atraso de quase uma hora e meia e muitos convidados acharam melhor, assistir ao filme em DVD.


A atriz (esqueci o nome dela, desculpe) que viveu a mulher de Tonhão du Imbuaça, na telona, foi uma dessas que desistiu de esperar. Ela e alguns amigos, saíram da sala quando o relógio marcava 19h40. O motivo do atraso, ainda é incerto... Coisas do Brasil!!!


A maioria dos convidados, porém, da sala 6 (onde eu estava) agüentaram o tranco de não ter jantado e preferido ser pontuais. Não arredaram o pé do cinema e até ensaiaram umas palmas orquestradas...


Finalmente, a projeção iniciou e pela abertura da película dava prá imaginar que a mesma seria bem afinada (créditos iniciais e música bem casados). Ledo engano. A história de Mozart Vieira e sua "Orquestra dos Meninos" tentou envolver o público com apelo melodramático, mas o tiro saiu pela culatra. Ou melhor a orquestra desafinou, saiu do compasso.


Murilo Rosa vivendo o personagem principal, até que convence. Mas Priscila Fantin, em papel pequeno, poderia muito bem ter ficado no Rio de Janeiro e Paulo Thiago ter escolhido alguém daqui para viver a Creusa.


Não que o diretor não tenha recrutado vários atores da terra (Orlando Vieira -em papel minúsculo-, Vieira Neto, César Macieira, Tonhão du Imbuaça, Tetê Nahas, Diane Veloso, Luís Carlos Reis) entre tantos, mas é que em alguns casos eram sub-aproveitados, em outros, mal dirigidos (alguns atores de teatro estavam over demais).


A salvação da lavoura foram os garotos que formaram a orquestra. Essa galera amadora, sem vícios e nem esteriótipos, foi que deu vida ao filme. Ainda que em uma cena ou outra, tenha acontecido uma atuação mais forçada, a exemplo da execução do Hino Nacional.


Mas como disse Murilo Rosa durante a coletiva: "esses meninos é que são a alma do filme".


Thiago poderia ter explorado mais as potencialidades de cada um. Faltou maior aproveitamento da parte dele.


O filme tecnicamente, porém, tem uma bela fotografia e duas cenas muito bem filmadas (a da 1a apresentação da orquestra na igreja de São Cristóvão e a dos meninos com o maestro, à noite, próximo à ponte em Laranjeiras). A edição de som também merece elogio, o mesmo não posso dizer da direção de arte, que apresentou algumas falhas bem visíveis. O mapa de Sergipe deformado (proposital?); a viatura da polícia descontextualizada da época em que se passa a história; tinha uma faixa de político ao fundo na cena do ensaio na chuva ou eu enxerguei demais?

No mais, o filme pode ter sido bom para quem fez, para o Estado e para a equipe técnica.


Para o espectador que esperou quase uma hora e meia para conferir o tão falado "filme 100% realizado em Sergipe", ficou um quê de frustração. Pelo visto, a Orquestra desafinou.


Próximo concerto? "O Senhor do Labirinto"...

Foto 1: Gláucia Camargos e Murilo Rosa durante a coletiva

Foto 2: Além dos convidados acima citados, compuseram a mesa, João Andrade (presidente do Banese), Eliana Aquino (a primeira dama do Estado) e Eloisa Galdino (Secretária do Estado de Comunicação Social)

Foto 3: Priscila Fantin assediada pelos fãs

Foto 4: Alguns dos meninos que formaram a Orquestra no filme

Crédito das Fotos e texto: Suyene Correia

Um comentário:

Leon' Bandeira disse...

uma hora e meia é osso!
eu que mes passado presenciei um atraso de vinte minutos no cinemark e achei a coisa mais estranha do mundo...

mas pelo visto o filme tem seus meritos, acho q valhe assistir