domingo, 20 de setembro de 2009

Um Cubo Mágico...


Ontem, à noite, no Teatro Tobias Barreto aconteceu a apresentação do espetáculo "Reverso" pela Cubos Cia. de Dança (SE). Confesso que não tinha expectativa nenhuma com relação à estreia dessa nova montagem da companhia, laureada com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2008, daí porque me arrependi muito de não ter levando minha câmera: teria conseguido fotos belíssimas.

Apesar de não ser crítica de dança, acho que o grande erro dos bailarinos que compuseram a coreografia foi a mistura da dança clássica com a contemporânea. Experientes nas primeira (com formação inclusive) e nem tanto na segunda, o bailarinos deixaram a desejar na execução de alguns passos e exageraram, sobretudo no último ato, na utilização de pontas de pé destoando sobremaneira o que se propunha mostrar no quadro de encerramento: um nordestino festeiro, carnavalesco.

Também havia falha de execução em alguns movimentos e uma certa falta de sincronia, que pode ser até aceita por conta do nervosismo de estreia. Porém, inaceitável, é perceber a falta de preparo físico de certas bailarinas que demonstravam cansaço em cena. Afinal, se tem uma coisa que o bailarino tem que ter é preparo físico e psicológico.


Mas nem tudo em "Reverso" estava pelo avesso. A parte técnica foi o que mais me envolveu, fez com que eu mergulhasse no Nordeste que eles traçaram para a plateia ver. Um dos pontos altos do espetáculo dividido em quatro atos foi justamente a iluminação assinada por Ségio Robson. A marcação estava muito boa e os efeitos causados por focos de luz situados no chão, causando a sensação de uma bruma no palco, era digna das melhores companhias que já aportaram por aqui.

Também vale a pena elogiar a bela composição musical de Ton Toy (quero comprar o CD dessa trilha, quando sair) confirmando que em Aracaju tem bons músicos, sim. Só falta valorizá-los.
O figurino assinado por Altair Santo, muito bem acabado e concebido, foi um show à parte, principalmente no primeiro e segundo atos, deixando um pouco a desejar no terceiro (detalhes das roupas nos braços e pernas exageradamente carnavalescos não combinaram om o tom religioso do momento) e se recuperando no final (sobretudo nos vestidos das bailarinas, mas nem tanto na calça usada pelo coreógrafo e bailarino Rodolpho Sandes).

De qualquer forma, apesar de alguns deslizes, foi um espetáculo bonito de se ver e o público que compareceu deve ter aprovado o que presenciou. Esse Cubo "mágico" que eu não conhecia, pode ainda render belos momentos Brasil afora. Não pode deixar é a peteca cair.

Texto: Suyene Correia

Foto: Fábio Pamplona

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