O diretor Marcelo Roque Belarmino lança, amanhã, às 20h, no Teatro Atheneu, seu terceiro curta de animação: “As Aventuras de Seu Euclides Lambe Sujo e Caboclinhos”. Não será a primeira vez, contudo, que o público (seja infantil ou adulto) dedicará alguns minutos de suas vidas para se deliciar com os causos de Seu Euclides.
Tendo feito sucesso local e nacionalmente (marcando presença em alguns festivais de cinema), “As Aventuras de Seu Euclides Parafusos” (2007) e “As Aventuras de Seu Euclides Chegança” (2008) tornou-se um marco na história da produção audiovisual sergipana, não só pela escolha do gênero (praticamente inexplorado) mas, sobretudo, pela concepção técnica.
Com uma equipe de cinema amadora, que foi se profissionalizando ao longo do tempo, Marcelo Roque conseguiu “tirar leite de pedra”, arriscando-se num campo da animação, onde graças à habilidade e competência do artista Anselmo Seixas (criador dos bonecos esponjosos que são os personagens das aventuras), conseguiu um resultado acima da média para os padrões de produções audiovisuais locais.
A cada episódio, uma aula de cultura popular para os baixinhos e altinhos que muito ignoram a formação de nosso rico universo folclórico. Nas primeiras aventuras, separadas por um espaço de dois anos, o velho e simpático Euclides debruça-se sobre a formação dos Parafusos e da Chegança.
Nessa nova aventura, Seu Euclides e Dourada estão voltando da pescaria quando são surpreendidos por dois Lambesujos pedindo ‘ioio’. O Jeguinho dá um susto neles e Seu Euclides conta a história do tempo da escravidão na cidade sergipana de Laranjeiras, onde surgiu uma rivalidade entre os índios Caboclinhos e os negros Lambesujos. Os negros estão fugindo para o Quilombo e o Senhor de Engenho precisa da ajuda dos índios para destruir o quilombo e recuperar seus escravos.
Patrocinado pelo Programa BNB de Cultura 2011, com verba girando em torno de R$ 40 mil, o curta “As Aventuras de Seu Euclides Lambesujo e Caboclinhos” foi realizado com equipamentos da produtora WG e, tecnicamente falando, o resultado é superior aos filmes anteriores. Outro ponto que deve ser ressaltado é a direção de fotografia, feita por Damien Chemin, que contou com equipamentos da Quanta (paga em parte como prêmio recebido no Curta-SE 10).
“Esse é o ultimo episódio dessa forma de produção individual, já que é muito trabalhoso produzir assim, onde perde-se na uniformidade dos episódios, pois a produção e a tecnologia de softwares e equipamentos fica logo obsoleta. A ideia agora é fazer uma minissérie com seis episódios, já pensado para a TV”, explica o diretor Marcelo Roque, que também assina o roteiro e a montagem do filme.
Depois da première de amanhã, no Teatro Atheneu, ocorrerão sessões de lançamento na cidade de Laranjeiras, no SESC/centro e no Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, para discussões e avaliações do público para com a obra.
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