quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sergipe é o País do Forró ?

Para mim, nunca foi. Talvez já tenha sido, quando eu ainda era pequena e, nem sonhava que um dia, iriam surgir bandas de “forró elétrico” com o intuito de só arrecadar muita grana e pouco se importar com a divulgação do autêntico pé de serra. Mas, independente dessa enxurrada de grupos de questionável qualidade artística, que atrapalha e, muito, o cenário musical local, nesta época, vem o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Aracaju, fazer a canjica “desandar” ainda mais.

O turista que nunca veio a Aracaju e escolhe pela primeira vez conhecê-la, justamente pelas dicas dadas por amigos ou parentes, que aqui se divertiram a valer, nos festejos juninos de tempos atrás, vão se sentir lesados por conta da minguada programação festiva.

Se não vejamos. O Centro de Criatividade (Bairro Getúlio Vargas) está em reforma,  por conta de obras de adequação, solicitada pelo Corpo de Bombeiros, e não abrigará o tradicional Concurso de Quadrilhas no Arraiá Arranca Unha  O Gonzagão, localizado no Conjunto Augusto Franco, também está fechado e, com isso, são dois espaços a menos de dança, para a população usufruir de um belo espetáculo tipicamente nordestino.

Para completar, o Arraiá do Povo, que há um bom tempo serve de fuga para as famílias completas (pais, filhos, avós, tios e agregados) e não se arriscam a enfrentar a multidão do Forró Caju, provavelmente, deixará muitos órfãos, este ano. É que não será montada a cidade cenográfica, que tanto já encantou paulistas, cariocas, paranaenses e gaúchos, nem a estrutura de bares que abrigava parte do público da chuva ou mesmo servia como ponto de encontro dos amigos.

Da antiga estrutura, contente-se apenas com o palco, a igrejinha e o pórtico, que de longe, serve de ponto de referência para os desavisados. No mais, uma programação enxuta, feita de última hora, que deixou de fora atrações obrigatórias como os Barcos de Fogo de Estância e a Casa do Cordel.  

Quem preferir a arena do Forró Caju, é bom avisar que festa também foi reduzida no número de dias e que algumas atrações, como NaurÊa, Targino Godim e Alceu Valença, só para citar esses três, foram deixadas de fora. E se você pensava que ficou só nisso, enganou-se. Decidiram convocar os cristãos para o Dia da Paz, na abertura da festa, e o que menos se ouvirá é zabumba, triângulo e sanfona.

É por essas e outras, que o Estado não deslancha no turismo. Quando tem a oportunidade, deixa-a escapar. Foi o tempo em que Areia Branca, Itaporanga e Rosário do Catete serviam de "Plano B", para os que se aventuravam em pegar a estrada e curtir o forrobodó no interior. Hoje, programação durante o mês todo, só em Estância.  Muitas cidades ou já encerraram os festejos antes mesmo do São João ou preferiram comemorar apenas, o São Pedro.

Por isso, ao invés de corroborar o título da canção de Rogério, lanço a pergunta: Sergipe é o País do Forró ?

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