domingo, 21 de novembro de 2010

Uma Dezena de filmes na Mostra de SP

Deveriam ter sido 15 filmes, mas o saldo foi de 13 em quatro dias. Como só peguei os últimos dias de Mostra Internacional de São Paulo e não queria ficar só no escurinho do cinema (tinha muitas exposições para conferir), abri mão da repescagem e ainda fiquei com um saldo positivo. Talvez em meta numérica a ser atingida, porque em qualidade de filmes, meus tiros no escuro não foram muito certeiros.

No entanto, destaco o coreano "Animal Town" de Jeon Kyu-hwan; o holandês "Hunting & Sons" de Sander Burger; o chinês "O Solteiro" de Hao Jie; "Os Barões" de Nabil Ben Yadir e o belga "Bo" de Hans Herbot.  Ainda que o canadense "Ondulação" de Denis Côte tenha personagens muito interessantes e uma história que desperte a curiosidade de quem se arrisca a vê-lo, creio que o final deveu muito ao espectador.

Engraçadinho, mas longe de ser ordinário, é o simpático "Querido Muro de Berlim" de Peter Timm. Merece uma conferida, assim como "Os Amores Imaginários" de Xavier Dolan, jovem de 20 anos que está sendo incensado pela crítica, mas que precisa ainda amadurecer muito como cineasta e encontrar sua marca. Por enquanto, o cara que gosta também de protagonizar seus filmes ("Eu Matei Minha Mãe" também estava em cartaz na época e Dolan é o filho da mãe do título) mostra que tem bagagem cinematográfica de sobra, quando o assunto são referências, mas para se chegar ao patamar de um Tarantino ou Almodóvar, vai demorar um pouquinho.

Como em todo festival, as bombas, as granadas também explodem. A grande bomba dos que conferi foi "Vênus Negra". O filme francês de Abdellatif Kechiche tem 159 minutos e é um verdadeiro suplício. Baseado em fatos reais, o filme do mesmo diretor de "A Esquiva" (argh!), conta a história da africana Saartjie Baartman, que no início do século XIX, era atração dos freak shows de Londres.

Por ser de uma tribo específica em que a genitália feminina e as ancas se apresentam avantajadas, Saartjie vai ser 'cortejada' por cientistas da época que querem seu corpo como objeto de estudo, ao mesmo tempo em que se vê escravizada pelo seu senhor pervertido, em apresentações que, gradativamente, vão ficando mais erotizadas. O problema é que Kechiche se alonga demais para alcançar o desfecho, com cenas intermináveis e desnecessárias, levando o espectador a se evadir da sala antes mesmo do The End.

Espero no ano que ter mais sorte nas minhas escolhas e que venham prá cá, filmes do quilate de "Poesia", "O Homem que Grita", "Tio Boonmee que Pode Recordar suas Vidas Passadas", "Submarino", "Caterpillar", títulos bastante concorridos nas filas de compra de ingressos para a 34a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo que aconteceu de 24 de outubro a 04 de novembro.

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