Dois dias na capital baiana e já consigo me recuperar da escassez de filmes interessantes, que teima em rondar os cinemas aracajuanos. Não que "Os Muppets", "Operação Presente" e "Gato de Botas" não devam ser conferidos, mas entre uma overdose de animação e outra de emoção, prefiro a segunda.
No primeiro dia, em Salvador, assisto logo ao bem criticado "Um Conto Chinês" de Sebastián Borensztein. A co-produção Argentina/Espanha conta a história de Roberto (Ricardo Darín), um ermitão e proprietário de uma loja de ferragens, que imerso num mundo idiossincrático, apresenta dificuldades em se sociabilizar. Seu cotidiano, no entanto, sofrerá mudanças radicais, a partir do momento que dá guarida ao jovem chinês Jun (Ignacio Huang).
No primeiro dia, em Salvador, assisto logo ao bem criticado "Um Conto Chinês" de Sebastián Borensztein. A co-produção Argentina/Espanha conta a história de Roberto (Ricardo Darín), um ermitão e proprietário de uma loja de ferragens, que imerso num mundo idiossincrático, apresenta dificuldades em se sociabilizar. Seu cotidiano, no entanto, sofrerá mudanças radicais, a partir do momento que dá guarida ao jovem chinês Jun (Ignacio Huang).
Depois de ter sido vítima de uma tragédia surreal, Jun, decide partir para Buenos Aires, atrás do tio que há muito não tem notícias. O problema é que sem falar uma palavra em espanhol, ele foi vítima de assaltantes e viu-se "salvo" por Roberto, que se empenha em ajudá-lo. Mas se arrependimento matasse, Roberto estaria morto nos primeiros 20 minutos de projeção.
Como isso não ocorre nem na ficção, somos fisgados pelo engenhoso roteiro assinado por Borensztein, que apesar de tratar um tema já muito explorado no cinema (o surgimento da amizade entre personalidades tão díspares), conta com o suporte das ótimas interpretações da dupla central- Darín e Huang. "Medianeras" e "Um Conto Chinês" foram os dos melhores filmes argetinos que conferi neste ano. Que venham mais...
Logo em seguida, não estando contente com um chinês no título da produção Argentina, emendei a sessão com o mais novo filme de Zhang Yimou (leia-se "Lanternas Vermelhas", "Nenhum a Menos", "O Clã das Adagas Voadoras"). Confesso que fiquei surpresa com o tom melodramático desse romance, pegada pouco usual do diretor. Mas se Zhang Yimou parece estranho à primeira vista, à medida que a trama se desenrola, percebemos elementos comuns aos seus filmes anteriores, como a crítica ao sistema repressor da China na época da Revolução Cultural, a condição da mulher naquele país, o esmero com a fotografia e o olhar aguçado em descobrir novos talentos, entre outros.
Logo em seguida, não estando contente com um chinês no título da produção Argentina, emendei a sessão com o mais novo filme de Zhang Yimou (leia-se "Lanternas Vermelhas", "Nenhum a Menos", "O Clã das Adagas Voadoras"). Confesso que fiquei surpresa com o tom melodramático desse romance, pegada pouco usual do diretor. Mas se Zhang Yimou parece estranho à primeira vista, à medida que a trama se desenrola, percebemos elementos comuns aos seus filmes anteriores, como a crítica ao sistema repressor da China na época da Revolução Cultural, a condição da mulher naquele país, o esmero com a fotografia e o olhar aguçado em descobrir novos talentos, entre outros.
A estreante atriz Zhou Dongyu,convence muito bem no papel de Jing, uma ingênua garota que após a prisão do pai,por questões políticas, vê-se com a responsabilidade de sustentar os irmãos pequenos e a mãe. A única saída para jovens como ela, filha de um dissidente, é se engajar no "espírito" da Revolução Cultural e através da "reeducação", conseguir um empreo de professora.
Mas no caminho de Jing surgiria o belo Sun (Shawn Dou). Jovem geólogo, trabalhando no campo, próximo à casa onde Jing ficaria hospedada por um tempo, Sun se apaixona pela adolescente, que aos poucos vai sendo conquistada pela sua extrema dedicação. No entanto, não será fácil Jing convencer a mãe das boas intenções do rapaz, oriundo de uma família abastada. Quando ela consegue afinal, a vida já reservou um triste destino para ambos.
Yimou confirma seu esmero com a produção, mantendo a parceria de longa data com o fotógrafo Zhao Xiaoding, escolhendo bem os protagonistas, mas derrapa com o uso exagerado de legendas explicativas e fades, dando um aspecto didático à narrativa, totalmente desnecessário.
Legenda da Foto 1: Roberto (Ricardo Darín) e Jun (Ignacio Huang) tentam lidar com a incomunicabilidade em "Um Conto Chinês"
Legenda da Foto 2: Cena do filme "A Árvore do Amor", que apesar de melodramático, tem momentos de singeleza ímpares
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