terça-feira, 27 de maio de 2014

"Narrativas Imagéticas" ocupa a GAAS






Os colegas de trabalho e artistas Nailson Moura e Antônio da Cruz uniram forças para viabilizar a exposição “Narrativas Imagéticas” e o livro “Crônicas do Ateliê”. Hoje, a partir das 20h, será aberta a individual do fotógrafo Moura, na Galeria de Arte Álvaro Santos (GAAS), ocasião em que também será lançado o livro, contendo fotos de sua autoria, juntamente com crônicas de Cruz.

Ambos os trabalhos fazem parte de um projeto maior- “Brotando das Mãos”- idealizado pelo fotógrafo Nailson Moura que, agora, vira realidade. A partir de suas viagens pelo sertão sergipano, Moura começou a observar nas comunidades, trabalhos magníficos feitos de palha, madeira, barro, pedra, pelos artesãos, munidos apenas de ferramentas rudimentares. “Dava a impressão que o produto final ‘brotava das mãos’ desses anônimos artistas.  Daí, quando resolvi fotografá-los e transformar em projeto, batizei-o de ‘Brotando das Mãos’”.

A ideia inicial de Moura era só fotografar esses anônimos e  transformar o trabalho em livro. Com o passar do tempo, ele começou a registrar outros artesãos em ação, a exemplo de Beto Pesão e Pinto Santeiro.  Porém, em julho do ano passado, quis o destino que seu caminho cruzasse com o escultor Antônio da Cruz, num dia de greve geral promovida pelas centrais sindicais. Durante o encontro, Moura expôs a ideia do projeto “Brotando das Mãos” e, aproveitando o fato de que não tinha fotografado ainda, nenhum artista que trabalhasse com aço, convidou o amigo para embarcar nessa empreitada.

“Ele aceitou a proposta e, em visita ao seu ateliê, descobri que completaria, este ano, quatro décadas de carreira nas artes visuais. Ao todo, foram três meses de intenso trabalho, registrando o dia a dia de Cruz na confecção de suas peças e a realização de uma exposição foi resultado e consequência desse projeto”, diz Moura.  

O visitante de “Narrativas Imagéticas” poderá conferir 54 fotografias sequenciais em que Antônio da Cruz é mostrado em plena atividade artística: desenhando, cortando, modelando, lixando, soldando e polindo, entre outras tarefas, sobre o aço, material com o qual ele faz suas esculturas. Nas fotografias em P & B, Moura trabalhou com o mínimo possível de luz, inspirando-se nas pinturas renascentistas. Cada fotografia é acompanhada por um poema legenda, fugindo ao padrão da legenda título.

No livro “Crônicas do Ateliê” que será lançado no vernissage, além de fotografias do escultor confeccionando suas peças, há 12 crônicas de sua autoria, escritas entre 2007 e 2011 e publicadas na versão on line de um semanário local.

“Comecei a escrever na década de 1990, no jornal ‘Movimento da Arte’ da Associação Sergipana de Artes Plásticas (ASAP). Exercitei muito minha escrita  nesse jornal e, após um tempo sem publicar, voltei em 2007. Não é muito comum no meio artístico local, um pintor, escultor ou fotógrafo que também escreva crônicas e críticas. Os textos escolhidos para constar no livro mostram minha visão da relação que o artista tem com a crítica”, explica Cruz.

A apresentação do livro ficou a cargo da filha do escultor, Lavínia Cruz e o trabalho gráfico é assinado por Francisco Carlos Santos. A publicação ainda traz um glossário na parte final e foi produzido quase que totalmente, de forma independente. “Recebemos um apoio que foi importantíssimo do Sindipetro, da Ortoplan Sergipe, da Silvia Modas, da Petrobras e Semear, além da Gráfica Triunfo. Agora, mais de 2/3 do custo total projeto é produção independente”.
 
No dia do lançamento do livro, ele será comercializado ao preço de R$ 50. A exposição “Narrativas Imagéticas” permanecerá em cartaz na Galeria de Arte Álvaro Santos até o dia 14 de junho e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h e, aos sábados, das 9 às 13h. A GAAS localiza-se à praça Olímpio Campos, s/n.

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