domingo, 6 de fevereiro de 2011

Rush melhor que Firth


A pré-estreia de "O Discurso do Rei" foi bastante prestigiada ontem, à noite, no Cinemark Riomar (pena que o complexo tenha reservado aos interessados, a Sala 2, a menor de lá). Talvez, o público tenha se sentido atraído pelas 12 indicações que o filme concorre ao Oscar deste ano ou o que tenha atraído alguns, tenha sido a oportunidade de assistir (enfim!) a cinema de qualidade.

Conjecturas à parte, o filme dirigido por Tom Hooper tem 'cara' de Oscar, apesar de não me arrebatar. A história concentra-se na relação de amizade entre o Rei George VI (pai da Rainha Elizabeth II, vivido aqui por Colin Firth) e o seu "terapeuta da fala" Lionel Logue (Geoffrey Rush).

Gago desde os quatro anos, George vê-se obrigado a assumir a coroa, depois que seu irmão mais velho, Edward (Guy Pearce) abdica do trono. Mesmo antes de assumir o grande desafio, ele já vinha tentando resolver seu problema, submetendo-se a várias terapias, mas foi no encontro com o australiano Lionel, que George conseguiu vencer sua disfemia.

Dotado de uma direção de arte e figurino impecáveis (terá como grande concorrente nestas categorias "Alice no País das Maravilhas" de Tim Burton), "O Discurso do Rei"  tem como trunfo as interpretações do seu casting masculino (ainda que Helena B. Carter não decepcione como a futura "Rainha-mãe").

Colin Firth está muito bem na pele de George VI (repare nos momentos de hesitação do personagem) e dizem que por conta da derrota sofrida no ano passado (ele concorria na categoria de Ator Principal, por "A Single Man" mas perdeu para Jeff Bridges  de "Coração Louco") tem grande chance de papar a estatueta desa vez. Só que comparando com a interpretação visceral de Javier Bardem em "Biutiful", não dá para beneficiar o inglês em detrimento do espanhol.

Melhor do que Firth está Geoffrey Rush, vivendo o "fonaudiólogo" de "Bertie" (apelido de George VI) que com sua habilidade para interpretar personagens irônicos, consegue empatia imediata com o espectador. Depois de receber o Oscar de Melhor Ator em 1996 por "Shine", Rush viveu papeis memoráveis,  em "Contos Proibidos do Marquês de Sade" (também indicado ao Oscar), "Elizabeth", "Piratas do Caribe", "Frida", entre outros.

Não vi a atuação do Christian Bale (forte concorrete a Ator Coadjuvante por "O Vencedor"), mas pelo que conferi de Rush na telona, ontem, acho que não seria nada mal, depois de 15 anos, o ator australiano levar outra estatueta para casa. Torçamos!!!

Legenda da Foto: Helena, Colin e Geoffrey, trinca de ases em "O Discurso do Rei"

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