quarta-feira, 29 de junho de 2011

"El Sistema" que deu certo



Gustavo Dudamel é o cara. De uma beleza juvenil, o maestro venezuelano, de madeixas fartas, levou à loucura o público que compareceu ao concerto do dia 23 de junho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Não posso falar de seu desempenho, no dia anterior, à frente da Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, quando a mesma executou a Sinfonia n. 7 em Si Menor de Gustav Mahler- tendo em vista que o crítico Daniel Piza, escreveu em sua coluna dominical do Estadão, no dia 26 de junho, que a interpretação de tal sinfonia em SP, foi irregular. 

Sei que no início da tarde daquela quinta de Corpus Christi, tanto Dudamel, quanto os músicos da referida orquestra, estavam "Cheios de Graça". Um desempenho espetacular, num crescente, da Orquestra Jovem, liderada por um generoso rapaz de 31 anos, onde foram apresentadas "Daphnis $ Chloé- Suite n. 2" de Maurice Ravel; "santa Cruz de Pacairigua" de Evencio Castelano; "Sinfoia n. 2" de Carlos Chávez e "O Pássaro de Fogo- Versão 1919" de Igor Stravinsky.

Como se não bastasse a execução perfeita das composições acima, ele ainda brindou os presentes com três Bis. Sei que nos extras, junto à sua orquestra, Dudamel regeu a "Dança n. 2" de Arturo Marquéz, além do "Mambo" de Bernstein, onde podemos apreciar a coreografia dos componentes da orquestra, que não desafinavam, mesmo dançando em cena. No entanto, não sei precisar qual foi a segunda composição apresentada no Bis pelos venezuelanos.

Realmente, uma apresentação para ficar na história do centenário teatro, já que Gustavo Dudamel mostrou na prática, porque é considerado um prodígio da música erudita nos tempos atuais. Mas se a Orquestra Simón Bolívar deu um show, não foi somente por mérito do regente. Sem dúvida, é um resultado positivo da visão pedagógica e social de José Antônio Abreu, que há 30 anos funcou a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar de Venezuela e criou "El Sistema".

Graças a essa iniciativa, hoje existem mais de 150 orquestras juvenis na Venezuela, servindo de exemplo de inclusão social e quaidade artística ao mundo todo. O Programa Acadêmico Orquestral, por exemplo, reúne jovens músicos profissionais do mais alto nível. Os integrantes da orquestra já tiveram o privilégio de participar de aulas magnas com grandes mestres como os solistas da Filarmônica de Berlim, Conservatório Sibelius da Finlândia, Academia Bach de Stuttgart, entre outros.

Gustavo Dudamel que antes de se tornar maestro, era violinista, desde 1999 tornou-se Diretor Musical da Orquestra Sinfônica Simón Bolívar. Também rege a Filarmônica de Los Angeles e a Sinfônica de Gotemburgo. Sem dúvida, um fenômeno!!!
Legenda da Foto 1: Vista do hall do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (vista do terceiro andar)

Legenda da Foto 2: Interior do Theatro (vista das frisas)

Legenda da Foto 3: Trecho da pintura "A Dança das Horas" de Eliseu Visconti encontrada acima da cortina do palco

Legenda da Foto 4: Lustres do teto do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Legenda da Foto 5: Músicos da Orquestra Simón Bolívar dançam e tocam "Mambo" de Leonard Bernstein


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