Cinco dias não foram suficientes para fazer tanta coisa como havia programado para este fim de semana, no Rio de Janeiro. Mas tudo que fiz, conferi, valeu muito a pena. A começar pelas exposições do Foto Rio espalhadas de norte a sul da cidade e de outras, como a de Mariko Mori e Laurie Anderson no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB); Daniel Senise na Casa França Brasil; Miguel Chevalier no Oi Futuro e do desenhista Saul Steinberg no Instituto Moreira Salles (IMS).
Difícil escolher qual a melhor, tendo em vista a diversidade de linguagens, estilos e propósito de cada uma. Para os mais radicais, penso que a de Miguel Chevalier e Laurie Anderson sejam as melhores. Chevalier trabalha com a dita arte virtual e no Oi Futuro do Flamengo, temos a oportunidade de conferir duas de suas instalações ("Fractal Flowers" e "Binary Wave").
Enquanto na primeira, o artista cria um jardim virtual, um tanto hipnótico, que aborda a questão da relação entre natureza e artefato, pelo viés das novas tecnologias, em "Binary Wave", videoinstalação interativa, que simula o fluxo e refluxo diário das ondas das praias do Rio, Chevalier cria um ambiente composto de milhares de partículas de 0 e 1, algarismos que formam o sistema binário que formam-se e deformam-se ao infinito a depender da movimentação do espectador na sala de projeção.
A multiartista Laurie Anderson, conhecida mundialmente, pelos seus experimentos na música e nas artes plásticas, apresenta no CCBB a exposição I IN U/EU EM TU, uma retrospectiva de seus 40 anos de carreira artística. Ao visitante paciente é possível conferir instalações bidimensionais e tridimensionais, além de fotografias, desenhos, vídeos, músicas e documentação de performances. Difícil não se impressionar com os modelos de violinos criados pela instrumentista (tem um que se transforma numa vitrola), no pássaro robô que fala em português e na sensorial video instalação "Gray Rabbit".
No mesmo CCBB, a japonesa Mariko Mori, apresenta suas invenções como "Oneness" (interativa que participei) e "Wave Ufo" cuja fila de espera me desestimulou em interagir. A artista produz belas e pequenas narrativas, situando-as em atmosferas oníricas e surrealistas próprias do Neo Pop, para fundi-las depois em cenários do futuro e do passado. Para muitos pode parecer uma "viagem maluca", da cabeça dessa jovem, mas há quem se dislumbre com a incursão existencial que os trabalhos de Mori, às vezes, chega a provocar.
P.S. Aguardem a postagem sobre Saul Steinberg, Gustavo Dudamel, Ângela Maria, entre outros
Legenda da Foto 1: A blogueira e o "Wave Ufo"- obra que utiliza tecnologia de navegação avançada, interpretando visualmente as ondas cerebrais dos participantes que têm eletrodos fixados ao couro cabeludo
Legenda da Foto 2: Eu e mais cinco visitantes interagindo com "Oneness"
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