segunda-feira, 27 de junho de 2011

O Rio continua lindo...e a vida cultural, então?


Cinco dias não foram suficientes para fazer tanta coisa como havia programado para este fim de semana, no Rio de Janeiro. Mas tudo que fiz, conferi, valeu muito a pena. A começar pelas exposições do Foto Rio espalhadas de norte a sul da cidade e de outras, como a de Mariko Mori e Laurie Anderson no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB); Daniel Senise na Casa França Brasil; Miguel Chevalier no Oi Futuro e do desenhista Saul Steinberg no Instituto Moreira Salles (IMS).

Difícil escolher qual a melhor, tendo em vista a diversidade de linguagens, estilos e propósito de cada uma. Para os mais radicais, penso que a de Miguel Chevalier e Laurie Anderson sejam as melhores. Chevalier trabalha com a dita arte virtual e no Oi Futuro do Flamengo, temos a oportunidade de conferir duas de suas instalações ("Fractal Flowers" e "Binary Wave"). 

Enquanto na primeira, o artista cria um jardim virtual, um tanto hipnótico, que aborda a questão da relação entre natureza e artefato, pelo viés das novas tecnologias, em "Binary Wave", videoinstalação interativa, que simula o fluxo e refluxo diário das ondas das praias do Rio, Chevalier cria um ambiente composto de milhares de partículas de 0 e 1, algarismos que formam o sistema binário que formam-se e deformam-se ao infinito a depender da movimentação do espectador na sala de projeção. 

A multiartista Laurie Anderson, conhecida mundialmente, pelos seus experimentos na música e nas artes plásticas, apresenta no CCBB a exposição I IN U/EU EM TU, uma retrospectiva de seus 40 anos de carreira artística. Ao visitante paciente é possível conferir instalações bidimensionais e tridimensionais, além de fotografias, desenhos, vídeos, músicas e documentação de performances. Difícil não se impressionar com os modelos de violinos criados pela instrumentista (tem um que se transforma numa vitrola), no pássaro robô que fala em português e na sensorial video instalação "Gray Rabbit".

No mesmo CCBB, a japonesa Mariko Mori, apresenta suas invenções como "Oneness" (interativa que participei) e "Wave Ufo" cuja fila de espera me desestimulou em interagir. A artista produz belas e pequenas narrativas, situando-as em atmosferas oníricas e surrealistas próprias do Neo Pop, para fundi-las depois em cenários do futuro e do passado. Para muitos pode parecer uma "viagem maluca", da cabeça dessa jovem, mas há quem se dislumbre com a incursão existencial que os trabalhos de Mori, às vezes, chega a provocar.

P.S. Aguardem a postagem sobre Saul Steinberg, Gustavo Dudamel, Ângela Maria, entre outros

Legenda da Foto 1: A blogueira e o "Wave Ufo"- obra que utiliza tecnologia de navegação avançada, interpretando visualmente as ondas cerebrais dos participantes que têm eletrodos fixados ao couro cabeludo

Legenda da Foto 2: Eu e mais cinco visitantes interagindo com "Oneness"

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