quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Balanço da I Mesa Redonda de Artes Visuais do Senac

Caros, é impressionante como os artistas plásticos não comparecem aos eventos voltados para o fazer artístico. Senti falta de muitos que admiro como criadores e como debatedores, ontem, à noite, no Senac. Assim como já havia sentido a ausência de muitos em um encontro promovido pelo Rumos Itaú Cultural Artes Visuais, que aconteceu no primeiro semestre, no auditório da Biblioteca Pública Epiphânio Dória.
Um público de apenas 30 pessoas em média estavam presentes. Infelizmente, a artista plástica Karinne Santiago e a Profa. Dra. Lilian França não puderam completar a mesa redonda como estava previsto. Mas, mediada por Elias Santos, a mesa composta por mim; o presidente da ASAP, Rodrio Reis; a galerista, Cristiane Cardoso e a diretora do Mirante da 13 de Julho, Dinha Barreto suscitou reflexões sobre o cenário atual da produção artística sergipana.
Sem querer ser prolixa, pontuei o seguinte:

1) A sub-utilização de galerias no Estado, como é o caso gritante da AMA, das galerias do CULTART e da Biblioteca do Campus da UFS, da UNIT, entre outras.

2) A falta de auto-promoção dos artistas, que reclamam sempre das baixas vendas, mas não investem num site, num blog, num marchand, numa 'ponte' que possa contactar com galerias de fora e consequentemente, ampliar o universo de atuação

3) A acomodação de alguns, que se vitimizam demais, sempre se queixando de que o poder público e a iniciativa privada não os apóiam. No entanto, observem a iniciativa desses em sair da inércia, da estagnação produtiva...Não mexem uma palha, não se debruçam nos editais, não dão a 'cara prá bater'.

4) Falta de pesquisa, de intercâmbio com artistas de outros Estados, enfim, uma tendência de muitos em ficar confinados entre quatro paredes e não dialogarem com o 'outro'

5) Rebati a crítica infundada de Rodrigo Reis, quanto ao fato de alguns espaços culturais da cidade serem seletivos. Mas afinal, qual é o papel do curador, senão o de além de montar adequadamente a exposição, se relacionar bem com galerias, colecionadores e museus, acima de tudo ser criterioso no que vai escolher para que o público aprecie? Afinal, precisa-se ter um crivo, sim. E quem tiver competência e qualidade, que seja aceito pela comissão de pauta.


Suyene Correia

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