Amanhã, a partir das 9h, na Biblioteca Epiphânio Dória, acontece a primeira Roda de Leitura do ano, com a participação dos escritores Antônio Carlos Viana (SE), Reinaldo Moraes (SP) e da editora Marta Garcia (SP). Para quem ainda não teve a oportunidade de participar de um desses encontros mensais, apoiados pelo Proler Sergipano, em que Antônio Carlos Viana e Maruze Reis lêem e discutem textos literários, sobretudo os da produção nacional contemporânea, essa é uma ótima chance.
Segundo Antônio Carlos Viana, autor de “Cine Privê”, “Aberto Está o Inferno”, “O Meio do Mundo e Outros Contos”, entre outros, essa roda de leitura será especial com a ampliação do debate além dos textos. “Vamos trazer um escritor em evidência, Reinaldo Moraes, e uma editora de peso, Marta Garcia, da Cia. das Letras. Será um dia dedicado à literatura. Pela manhã eu e Reinaldo falaremos sobre a criação literária, sem academicismos. É muito importante o público saber como um escritor concebe e cria sua obra. À tarde, Marta falará como se produz um livro numa editora do porte da Cia. das Letras”, diz.
Reinaldo Moraes lançou recentemente o livro “Pornopopéia” (2009), mas ficou nacionalmente conhecido pelo livro “Tanto Faz” (1991), por conta de sua narrativa ágil e pela liberdade com que tratava de temas controversos. Já Marta Garcia foi responsável pela recente publicação de “Não há Silêncio que não se Acabe” de Ingrid Betancourt, que contou com a tradução Antônio Carlos Viana.
“Na verdade, fui um dos quatro tradutores do livro da Ingrid que tinha de ser traduzido em um mês para ser lançado em setembro. Um tradutor só não daria conta. Daí a Cia. das Letras convidou quatro e dividiu o livro irmãmente em 15 capítulos para cada um. Foi um mês de trabalho árduo, sem ver a rua, mas deu certo. Gostei do resultado”, conta o escritor sergipano.
Sobre suas atividades com Maruze Reis dentro do Proler sergipano, Antônio Carlos Viana é otimista. “A Roda de Leitura engrenou de vez, o público tem aumentado, os debates cresceram com a participação de pessoas de profissões variadas e não só de professores de literatura. Eu e Maruze não pretendemos parar tão cedo, enquanto houver fôlego e saúde. Devia haver umas dez rodas por todo o estado para disseminar a leitura. É isso que falta para trazer a literatura para o dia a dia”, finaliza.
O Proler (Programa Nacional de Incentivo à Leitura) tenta promover a valorização social da leitura e da escrita. O programa é vinculado à Fundação Biblioteca Nacional e ao Minc (Ministério da Cultura). Desde 1992, o Proler, através de seus comitês, busca incentivar a democratização do acesso à leitura, através de ações variadas. Em Sergipe, o comitê existe desde 1997.
Desde sua criação, o comitê sergipano do Proler promove eventos em que se discutam estratégias para formar leitores. Educadores, escritores, profissionais de biblioteconomia, contadores de histórias e artistas afins compartilham suas ideias e conhecimentos. Nos encontros, acontecem palestras, oficinas, mostras de cultura popular. A troca de experiências faz parte da ampliação do conceito de leitura.
A Roda de Leitura, com convidados ilustres, tem entrada franca.
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