Quem poderia imaginar que um dia, o garoto que fazia trilhas para empresas de telemensagens em SP, na década de 90, viraria um fenômeno da cena musical brasileira ? Pois é, aconteceu (está acontecendo) isso com o cantor e compositor Marcelo Jeneci, nascido há 28 anos em Aricanduva, Zona Leste paulistana.
Tudo por conta do lançamento do seu primeiro disco- “Feito Pra Acabar”- no apagar das luzes de 2010, que virou uma unanimidade entre os críticos musicais. Motivo ele tem de sobra, já que vem mostrando seus dotes como instrumentista desde os 17 anos, quando começou a acompanhar o cantor Chico César em turnês pelo país, como sanfoneiro, e depois Arnaldo Antunes e Vanessa da Mata.
O ‘click’ de compositor, no entanto, só foi acontecer mais tarde, quando acompanhava Vanessa da Mata pelo Brasil e decidiu se arriscar no violão e na guitarra. Nasceu “Amado”, composição em dueto com a cantora mato-grossense e que estourou nas emissoras de rádio, por fazer parte da trilha da novela “A Favorita”. E não foi a única. A canção “Longe”, nona faixa do seu disco de estreia, é uma parceria com Antunes e assim como “Amado”, também teve carreira global, só que em “Paraíso” na voz de Leonardo.
Mas o que chama a atenção da música que Jeneci faz (todas as 13 faixas tem a assinatura dele, sozinho ou não) é a alquimia perfeita que ele consegue com o pop e o independente. Para se aproximar da ‘massa’, ele explora temas universais como a busca da pessoa amada, a reconciliação, o sentido da existência humana e se arrisca em ritmos mais acessíveis como o rock e a balada (algumas até melosas demais).
Já para o público mais crítico e avesso à mesmice musical, Jeneci o presenteia com arranjos bem elaborados e um lirismo sem precedentes, no cenário atual brasileiro. Basta dar uma conferida em “Tempestade Emocional” em que Jeneci acompanhado de Laura Lavieri entoam “Vem no escuro de uma nuvem/Vem no vento e atrás do vento vai/Vem no susto na paisagem/No relâmpago em que o raio cai// Vem no agito da folhagem/No balanço aflito de uma flor/vem da eletricidade/Que carrega o ar, o mar, o amor//”.
Destaques também para as faixas “Dar-Te-Ei” (Marcelo Jeneci/Helder Lopes/Zé Miguel Wisnik/Verônica Pessoa); “Feito Pra Acabar” (Marcelo Jeneci/Paulo Neves/Zé Miguel Wisnik); “Show de Estrelas” (Marcelo Jeneci/Carlos Rennó) e “Quarto de Dormir” (Marcelo Jeneci/Arnaldo Antunes).
Destaques também para as faixas “Dar-Te-Ei” (Marcelo Jeneci/Helder Lopes/Zé Miguel Wisnik/Verônica Pessoa); “Feito Pra Acabar” (Marcelo Jeneci/Paulo Neves/Zé Miguel Wisnik); “Show de Estrelas” (Marcelo Jeneci/Carlos Rennó) e “Quarto de Dormir” (Marcelo Jeneci/Arnaldo Antunes).
Visto sob alguns aspectos, "Feito Pra Acabar" lembra "Ventura" dos Los Hermanos. Não é à toa que Jeneci decidiu investir na carreira de compositor, ao ouvir as canções desse disco do grupo carioca. Mas semelhanças à parte, o paulistano, que é uma das grandes apostas do cenário independente atual, assim como Tulipa Ruiz, Tiê e Thiago Petit, consegue imprimir sua marca. Sendo assim, entre 850 candidatos, teve seu projeto selecionado pelo Natura Musical, para gravação de disco.
Nasceu, então, “Feito Pra Acabar” com produção assinada por Kassin, um belo projeto gráfico de autoria de Luciana Facchini e arranjos de orquestra e regência Arthur Verocai. Se ainda não acabou, pode ser encontrado na seção de CDs/DVDs na Livraria Escariz do Shopping Jardins com preço estimado de R$ 26.
Texto: Suyene Correia
Legenda da Foto: Capa do disco de estreia de Marcelo Jeneci
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