A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que já homenageou personalidades como Vinícius de Moraes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado, Nélson Rodrigues, Machado de Assis, Manuel Bandeira e Gilberto Freyre, este ano insere neste rol, Oswald de Andrade (1890-1954), um dos expoentes do Modernismo.
Protagonista da Semana de 22, autor do Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) e do Manifesto Antropófago (1928), ele introduziu a prosa experimental no país, com "Memórias Sentimentais de João Miramar" (1924), e assinou um dos primeiros livros da poesia modernista, "Pau-Brasil" (1925). Considerado o mais inovador dentre os escritores do modernismo, Oswald abriu caminhos para Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e os poetas concretos, além de ter sido um precursor da Tropicália e da “poesia marginal” dos anos 70.
No ensaio ‘Estouro e Libertação’, de Brigada Ligeira (1945), o crítico Antônio Candido escreveu: ‘Oswald de Andrade é um problema literário. Imagino, pelas que passa nos contemporâneos, as rasteiras que passará nos críticos do futuro’. “De lá para cá, a obra de Oswald só cresceu em importância, mas também aumentaram as rasteiras que o escritor tem passado nos críticos e leitores do presente – com seu teatro orgiástico (decisivo para a dramaturgia brasileira a partir dos anos 60), com o afresco revolucionário do país que ele fez em Marco Zero, com a antropologia de sua tese sobre messianismo e utopia (A crise da filosofia messiânica)”, comenta Manuel da Costa Pinto, curador da FLIP.
A trajetória do escritor, poeta e ensaísta e o alcance expressivo de sua obra na formação da literatura brasileira são questões que devem garantir a pluralidade do debate nos eventos da 9a edição da FLIP que acontece de 6 a 10 de julho sob a curadoria de Manuel da Costa Pinto.
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