segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Não seria melhor "Banese Cultural" ?

Sábado, Sergipe ganhou o seu primeiro Museu High Tech: o Museu da Gente Sergipana. Confesso que não gostei da escolha do nome, porque me remete logo ao Museu da Pessoa (museu virtual) e aí, fico achando que faltou um pouco de originalidade. Talvez, "Banese Cultural" ou "Centro Cultural Banese" soasse melhor aos ouvidos, seria mais autêntico. Porém, há quem vá discordar de mim, alegando ser um nome óbvio demais, num manancial de possibilidades. Escolheu-se, então, "Museu da Gente Sergipana".

Um belíssimo museu, por sinal, nível de grande metrópole, mas que só pode ser conhecido, de fato, após uma hora de atraso para o início da solenidade de inauguração e mais duas horas de exaustivos discursos por parte das autoridades (só o Gorvenador falou por mais de uma hora). Ou seja, marcada para às 19h, a inauguração, foi acontecer com o descerramento da placa, por volta das 22h15. Um verdadeiro teste de paciência...

O empreendimento que custou ao Banese, em parceria com o Governo do Estado, aproximadamente, R$ 22 milhões é o carro chefe das comemorações do cinquentenário de criação do banco estatal. O prédio escolhido para abrigar o museu do povo sergipano, foi o Colégio Atheneu Dom Pedro II- também conhecido como Atheneuzinho- que há anos agonizava na Av. Ivo do Prado, apesar da edificação ter sido tombada pelo Estado, em janeiro de 1985.

Após dois anos de restauro do prédio e adequação de seu interior para expor um acervo composto pelo patrimônio cultural, material e imaterial do povo de Sergipe, através de instalações em multimídia interativa e exposições itinerantes, finalmente, um seleto grupo de convidados pode conferir em primeira mão, o arrojado trabalho de designer e expografia de Marcello Dantas (leia-se Museu da Língua Portuguesa).
O "mago" carioca sabe como ninguém, utilizar recursos interativos como porta de entrada para o aprendizado de conhecimentos históricos. De forma lúdica, é possível aprender sobre as manifestações folclóricas do Estado (jogando amarelinha) ou conhecer sobre objetos tradicionais de nossa cultura ou da nossa culinária, (através do jogo de memória).

Em cada ambiente, uma surpresa sensorial. No térreo, além da loja do museu (contando com uma ambientação bastante adequada), do auditório (que pasmem, serve de sala de exibição de filmes) e da galeria para exposições temporárias, é possível se deparar com uma instalação sonora no centro do pátio. 

No 1º  andar (que pode ser acessado através de escada ou elevador), vários ambientes como a midiateca, o túnel 360 graus (por onde percorremos de barquinho através do semi-árido e sertão, conhecendo os biomas), mesa gastronômica, cordelteca, ambiente dos repentistas, feira livre, entre outros.

Descendo para o térreo e encaminhando-se para a parte final do prédio, deparamo-nos com a sede do Instituto Banese, que tem como diretor superintendente, José Leomarques Bomfim e como diretor de Programas e Projetos, o arquiteto Ezio Déda.

Ao lado da sede do Instituto Banese, funcionará o Café da Gente, capitaneado pela gastrônoma Adriana Hagenbeck (leia-se " Restaurante Mãe Preta"). Segundo Hagenbeck, o cardápio da cafeteria será inspirado na gastronomia sergipana e o local funcionará das 9 às 21h, oferecendo aos clientes as opções de brunch  e petiscos (happy hour).

A partir do dia 06 de dezembro, os sergipanos e turistas que aqui estiverem, já poderão usufruir das deliciosas opções de receitas do Café da Gente, bem como do acervo digital do Museu da Gente Sergipana.
Só espero que o Museu da Gente Sergipana não tenha o mesmo destino que o Palácio-Museu Olímpio Campos, um espaço mal aproveitado culturalmente falando, tendo em vista os promissores projetos  colocados em prática nos primeiros meses de seu funcionamento e, hoje, totalmente descartados.

2 comentários:

Carlos Conrado disse...

Concordo contigo em relação ao aproveitamento do espaço! Vamos ver se o objetivo mesmo é acolher cultura. Também preferia um nome diferente, algo que remetesse à história do Atheneuzinho! Paz e bem. Ass: Carlos Conrado

Bangalô Cult disse...

Então, Carlos, agora é esperar prá ver como será a gestão do Museu da Gente Sergipana. A partir do dia 06 de dezembro, o Museu será, oficialmente, aberto ao público.
Vamos marcar com Marcílio qq dia desses, para tomarmos um choppinho no Café da Gente.
Abs