terça-feira, 6 de março de 2012

Enfim, um Novo Teatro Atheneu !!!

Teatro Atheneu reformado_foto Jadilson Simões

Teatro Atheneu Reformado_foto Jadilson Simões
Cubos Cia de Dança_inauguração do Teatro Atheneu


Ontem, à noite, a sociedade e a classe artística sergipana receberam um grande presente. É que, finalmente, após três anos e seis meses fechado para reforma, o Teatro Atheneu foi reaberto em grande estilo. Artistas, produtores culturais, políticos e personalidades marcaram presença na inauguração da nova casa, que após um investimento de aproximadamente R$ 3 milhões, contará com o que há de mais moderno no mercado em termos de iluminação e sonorização cênica, além de um sistema de climatização totalmente digital e poltronas com novo revestimento.

Na programação de reabertura do Teatro Atheneu- que contou com um atraso de mais de uma hora- foram contemplados as artes cênicas, com apresentação dos Grupos “Tua Lona” e  “Pernas de Pau” que alegraram o público ao som de marchinhas e frevos; a dança, com apresentação da jovem Cubos Cia. de Dança; a música, com o quarteto de cordas da Orquestra Sinfônica de Sergipe e, como convidado especial, o ator sergipano Harildo Déda realizou uma leitura dramática da peça “A Última Sessão de Teatro”.

Para a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, a entrega do Teatro Atheneu totalmente novo ao povo sergipano é um momento marcante na sua vida profissional. “Quero registrar que estar no cargo de secretária de Cultura, no momento de reabertura do Teatro Atheneu, na gestão do Governo de Marcelo Déda, é um marco que vou levar para sempre na minha vida, porque não foi fácil. Tocar obras na área da cultura, no setor público, não é tarefa das mais simples, mas sobretudo porque a reabertura dessa casa dialoga com um simbolismo muito grande. Esse espaço, ele não foi somente o primeiro espaço de artes cênicas de Aracaju, como também abriga um pouco da história de Sergipe, passando pela Ditadura- aqui serviu de QG dos estudantes secundaristas- como também uma grande parte dos grandes artistas sergipanos foram formados nas dependências desse espaço”.

Que o diga o ator do Grupo Imbuaça, Lindolfo Amaral, que tantas vezes se apresentou no palco deste teatro. O Imbuaça, inclusive, foi o último grupo a apresentar um espetáculo no palco do Teatro Atheneu antes da reforma. “Nós apresentamos aqui, no dia 28 de agosto de 2008, o espetáculo ‘Senhor dos Labirintos’ em comemoração aos 30 anos de existência do Imbuaça. Ocasião, também, em que houve o lançamento do livro ‘Grupo Imbuaça 30 Anos- A Construção da Memória. Agora, com a casa de espetáculos totalmente reestruturada, fico satisfeito em vê-la com aparelhagem de ponta- tanto de som e iluminação- como também com dependências mais confortáveis para a plateia”, conta Lindolfo.

Já para o ator e diretor teatral, Jorge Lins, a reabertura da casa vai trazer um novo fôlego para o setor produtivo cultural. “Acredito que pelo tamanho, um pouco menor que o Teatro Tobias Barreto, mas com uma estrutura de ponta, o Atheneu se tornará uma casa propícia para temporadas de espetáculos locais. Além disso, é um marco essa entrega do Atheneu totalmente novo, tendo em vista a importância desse prédio, não só historicamente falando, mas também no que diz respeito à formação dos atores e diretores locais”, diz Jorge Lins, diretor do grupo Raízes.

Este grupo, aliás, será o primeiro a utilizar as novas dependências do teatro com o espetáculo “Crack- Quando Morrem os Sonhos” (que será encenado hoje) e “As Guloseimas da D. Cárie no Planeta Boca” ( com apresentações na quinta, sexta e domingo). 


Homenagem- O novo Teatro Atheneu não deixa de prestar uma homenagem a muitos daqueles que contribuíram para o engrandecimento das artes cênicas no Estado. Na fachada lateral do Teatro Atheneu, foram pintados os rostos de cinco grandes atores, de diferentes gerações. Valdice Telles, que foi integrante do Grupo Imbuaça por 25 anos; Otto Cornélio que lutou pela construção de um espaço cênico no bairro Siqueira Campos; Mariano Antônio, ator, dançarino e pesquisador cultural; César Macieira, que foi diretor do Teatro Atheneu e Luís Carlos Reis que atuou em “Esperando Godot e “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”.

Além disso, conta com o um espaço dedicado ao Instituto Viver Aracaju que além de abrigar um acervo do cantor e compositor, Ismar Barreto (aberto para pesquisa) também incorporou o acervo do compositor e músico João Melo e, em seguida, fará o mesmo com o acervo de César Macieira. Segundo Pascoal Maynard, fundador do Instituto Viver Aracaju, o maior objetivo é preservar a memória desses artistas já falecidos através de seus acervos.

Legenda da Foto 1: Ontem, à noite, o Teatro Atheneu foi reaberto ao público com apresentações de dança, teatro e música


Legenda da Foto 2: Hall do teatro totalmente reformado


Legenda da Foto 3: A Cubos Cia. da Dança "inaugurou" o novo palco do Teatro Atheneu

Texto: Suyene Correia

Fotos: Jadilson Simões

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