Nada como encontros inusitados e inesperados. Esse daqui, com o cineasta mineiro Neville de Almeida, não poderia ser mais providencial. Foi na noite de anteontem, por ocasião dos lançamentos dos livros "Luciferinas de Simone Michelin e "O que é Preciso para Voar" de Brígida Baltar, no Oi Futuro do Flamengo, na capital carioca.
Convidada pela Empresa de Telefonia, fui ao Rio, na sexta-feira, conhecer as novidades que integram o Museu das Telecomunicações (sediado no Centro de Cultura e Tecnologia Oi Futuro), além de conferir a estreia do espetáculo "Cowboy" e a exposição "High-Tech/Low-Tech- Formas de Produção" (detalhes em outra postagem).
Depois do tour pelo espaço cultural, já estava de saída, quando fui apresentada a Neville de Almeida, que tinha sido convidado para o evento da noite. Muito simpático, sem deixar de lado sua postura de galanteado e com os indefectíveis óculos escuros, o cineasta dos clássicos "A Dama do Lotação", "Rio Babilônia" e " Navalha na Carne" falou de seu novo projeto chamado "Neville de Almeida Além Cinema", um livro que reunirá várias fotos de trabalhos do diretor nas artes visuais acompanhadas de muito texto e com previsão de lançamento para este semestre e patrocínio da Oi.
Como não poderia deixar de ser, o assunto também girou em torno do cinema e o diretor manifestou seu descontentamento para com a maioria dos festivais no país, que delimitam o ano de produção dos filmes a serem inscritos nas competitivas. Sem filmar há muitos anos, Neville de Almeida tem se dedicado às artes visuais, sobretudo video-instalações e foto-poemas. Vale a pena conhecer a série "Cosmococas" (1973) que desenvolveu juntamente com Hélio Oiticica e que agora podem ser vistos do acervo do Inhotim, além de "Kayapoemas" mostrados no 6o Vento Sul Bienal de Curitiba (2011)
Nos últimos anos, seus trabalhos multimídias têm circulado pelo Brasil, além de outros países, fazendo com que Neville de Almeida também seja conhecido por suas obras 'transmutadas'. Mas como o cinema corre pelas veias e artérias do diretor, ele pretende executar projetos cinematográficos como "Rio Babilônia 2", entre outros. É aguardar e esperar para ver se o mineirin septagenário ainda está com esse gás todo.
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