Nesse show intimista, a cantora niteroiense será acompanhada por Misael
da Hora (piano) e Régis Gonçalves (percuteria) e apresentará um repertório
eclético composto de canções de Chico Buarque, Gonzaguinha, Belchior, Altay
Veloso, Danilo Caymmi e Paulo César Pinheiro. O diretor Flávio Marinho foi peça
fundamental para fazer o alinhavo de canções como “Sangrando” (Gonzaguinha), “O
que é o Amor ?” (Danilo Caymmi/Dudu Falcão), “Vou Deitar e Rolar” (Baden Powell
e Paulo César Pinheiro) e “Emoções Suburbanas” (Altay Velloso e Paulo César
Feital) com os versos da poetisa portuguesa Florbela Espanca (1874-1930),
interpretados por Selma Reis.
O resultado é uma espécie de “cabaré poético musical” emocionante e
sensual, que não perde o compasso. A passionalidade interpretativa da
cantora/atriz sobressai ao defender “Folhetim” (Chico Buarque), “Ne me Quitte
Pas” (Jacques Brel) e “Viagem” (João de Aquino e Paulo César Pinheiro). O show
que estreou há um ano, no Rio de Janeiro, deverá em breve, ser lançado em DVD,
mas enquanto isso não acontece, a cantora circula pelo país com a nova turnê e
possibilita aos sergipanos conferirem ao vivo o “Cabaré de Florbela”.
Sobre o processo de concepção do show, Selma Reis explica. “Comecei desde 1998, a minha carreira de atriz, já que até então, só tinha uma carreira com cantora. Comecei a desenvolver em meu trabalho o lado de atriz ainda mais fortemente nos shows culminando nesse espetáculo “O Cabaré de Florbela”, já que tenho uma admiração muito grande pela obra da Florbela Espanca. Sempre tive vontade de misturar poesia com a música, encontrei no diretor Flávio Marinho, o parceiro ideal para roteirizar essa ideia.
Você verá que roteiro e que direção maravilhosa!! O espetáculo interage com o público de uma maneira surpreendente, falo as poesias de uma maneira muito coloquial, como se fosse a Florbela, já que deixo bem claro no espetáculo que faço a personagem Florbela, numa visão e leitura das poesias que até os entendidos se surpreendem e dizem que essa minha visão é mesmo muito consequente em se tratando de uma mulher tão complexa como a Florbela”.
Os ingressos já estão à venda na bilheteria do Teatro Tobias Barreto ao preço de R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Clientes UNIMED e Banesecard pagam meia entrada.
Mini-biografia- Nascida em São Gonçalo (Niterói),
Selma Reis desde pequena apaixonou-se pela música. Sua família era ligada às
rodas seresteiras da cidade e ela cresceu vendo os amigos de seus pais passarem
as madrugadas tocando serestas em sua casa. Aprovada para a faculdade de
Comunicação Social, ela trancou sua matrícula na metade do curso e decidiu
viajar para o exterior, conhecer outras culturas e viver novas experiências.
Na cidade de Nantes, na França, uma região
charmosa de Pays de La Loire, cursou dois anos da faculdade de Letras e
aproveitou para estudar música. Em Paris, teve aulas com o professor Sr.
Laurens - Stages de Perfectionnement des Emissions Vocal e aulas de técnica com
o Sr. Rondeleux, autor de alguns livros sobre voz, entre eles "Trouver sa
Voix”.
Em 1987, de volta ao Brasil, gravou seu primeiro LP independente, “Selma Reis”, produzido pelo fotógrafo Locca Faria. O trabalhou contou com participações de Dori Caymmi, Jaques Morelenbaum, Geraldo Azevedo, Paulo Jobim, Armandinho e Sueli Costa, entre outros grandes músicos e compositores.
Em 1990, lança seu segundo disco, “Selma Reis”,
produzido pela PolyGram, com participação nos arranjos do maestro e pianista
Wagner Tiso. Entre as faixas, “Meu Veneno”, canção especialmente feita para a
cantora por Milton Nascimento, musicando o poema de Ferreira Gullar.
No ano seguinte, o CD intitulado por uma música de Aldir Blanc, “Só Dói Quando Eu Rio” contou com Eduardo Souto Neto nos arranjos e Rafael Rabello nos violões, além de outros grandes músicos da MPB.
O ano de 1993 marcaria a carreira da cantora, com a gravação de mais um disco homônimo, dessa vez, gravado em Londres, Madri, Miami, Los Angeles e Rio de Janeiro, com arranjos de Grahamm Presket, arranjador de Paul McCartney e Elton John.
Outro disco que merece destaque na carreira da
cantora é “Achados e Perdidos” (1996),
obra em que passeia com sua potente voz pelas músicas do grande mestre
Gonzaguinha. Totalizando 12 discos gravados, em 25 anos de carreira, Selma Reis
homenageou em sua produção mais recente- “Poeta da Voz” (2010)- o compositor Paulo César Pinheiro. O CD foi
lançado pelo próprio selo de Selma- “Tessitura Musical”- e conta com
participações de Beth Carvalho, Diogo Nogueira, além do homenageado, que narra
um de seus poemas, “Ofício”.
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