terça-feira, 6 de julho de 2010

Imbuaça e "A Grande Serpente"



No dia 28 de agosto do corrente ano, o Grupo Imbuaça estará comemorando 33 anos de existência e resistência. São mais de três décadas de luta, sacrifício e dedicação à arte cênica de rua, sobretudo, ainda que alguns de seus 14 espetáculos de repertório tenham sido adaptados para o palco.

Para comemorar em grande estilo a passagem de mais um jubileu, o grupo estreia este mês, a peça “A Grande Serpente” do dramaturgo potiguar, Racine Santos, sob a direção do conterrâneo João Marcelino.

João Marcelino, que já dirigiu o Imbuaça em “A Farsa dos Opostos” (1992), “Chico Rei” (1995), Auto da Barca do Inferno (1997) e “Senhor dos Labirintos” (1999), volta a ocupar o posto de diretor, além de ser responsável pela concepção do figurino e cenários.

Em “A Grande Serpente”, a história se passa em meio à caatinga, num povoado isolado, a partir do momento em que a seca começa a castigar os habitantes do local, por conta do inexplicável esvaziamento da fonte local.

O coronel do lugarejo, Arão, procura explicação para o problema. Ele é alertado pela louca, Joana, que ele próprio, sem saber, é o causador da desgraça que se abate sobre o lugar. Tudo isso parece estar ligado ao seu casamento com Tamar, envolto em tons trágicos edipianos e enquanto a questão do incesto não for solucionada, a paz não reinará mais sobre aquele lugar.

“A ação toda da peça, o tempo inteiro, reforça onde aquelas figuras estão localizadas. Estão no meio de uma caatinga, um local intransponível onde ninguém consegue entrar e nem sair. Naturalmente, que interpretamos isso como uma grande metáfora. Que universo é esse, que poço é esse que seca, e para que ele torne a estar cheio, ele depende de uma única coisa: que o trágico daquela família seja resolvido. No momento em que a verdade é revelada, a cidade volta a ter paz, o poço enche, ‘a grande serpente’ desaparece. Enfim, o espetáculo funciona como uma alegoria bem interessante”, explica João Marcelino, que recebe um suporte na montagem do ator Lindolfo Amaral.

Contando com o patrocínio da SECOM do Estado, através do Fundo Estadual de Patrocínio para Projetos Sócio-culturais e de Comunicação Social e com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), “A Grande Serpente” tem estreia prevista para o dia 27 de julho (para convidados e público em geral), às 21h, no Teatro Tobias Barreto. No dia 28 de julho, no mesmo horário, acontece mais uma apresentação para o público em geral.

No elenco de “A Grande Serpente” Isabel Santos Neves, Iradilson Bispo, Manoel Cerqueira, Luciano Lima, Rita Maia, Rosicleia Moura, Talita Calixto, Késsia Mércia e Carlos Wilker. A iluminação é assinada por Denys Leão e a trilha ficará a cargo de Eduardo Pinheiro.

Texto: Suyene Correia

Fotos do ensaio do espetáculo "A Grande Serpente" na sede do Imbuaça (crédito: divulgação)

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