sexta-feira, 16 de julho de 2010

Luz, Câmera, Ação...Paulínia



Foi dada a largada para a terceira edição do Festival Paulínia de Cinema. Numa noite que ensaiava estar mais fria do que o habitual, as celebridades aqueceram o hall do Theatro Municipal (assim com TH, mesmo) antes da abertura oficial. Por lá passaram, Rubens Ewald Filho, Zuenir Ventura, Bárbara Paz, Hector Babenco, Chico Díaz, Sérgio Augusto, Flávio Bauraqui, Jéferson De, Di Moretti, Cristiana Lago, Ricardo Tozzi, entre outros.

Depois de uma hora de atraso, a cerimônia começou com a dupla Fernanda Torres e Lázaro Ramos (inspiradíssimos) dando as boas vindas aos presentes. Através de trocadilhos com títulos e frase famosas de filmes, apresentaram um texto afiado e animaram o público com piadas e boas sacadas de improviso.

Após os agradecimentos de praxe e um resumo do que é hoje, o Festival de Paulínia, foi exibido um teaser com os filmes a serem exibidos nos sete dias de evento (confesso que fiquei um tanto preocupada com a primeira impressão dos filmes, mas espero que minha intuição esteja errada e a qualidade das películas escolhidas supere a do ano passado). Além disso, tivemos a oportunidade de ver um belo registro audiovisual com depoimentos de amigos do Hector Babenco, grande homenageado da noite.

Bastante emocionado, Babenco subiu ao palco e contou um pouco como enveredou pela Sétima Arte. Apesar de nunca ter estudado numa academia, seu poder empírico foi levando-o a produzir e se arriscar na arte de emocionar a plateia com a medida certa de imagem, som e palavra. Inclusive, chamou a atenção para sua paixão pela literatura, dizendo que ela é a forma de expressão que genuinamente espelha a inteligência do homem.

Sobre "O Beijo da Mulher Aranha" lançado em 1985 e que tem como protagonistas os atores Raul Julia e William Hurt (Orcar de Melhor Ator pelo papel de Molina), Babenco disse que o filme foi realizado numa época "Copérnica". "O Beijo da Mulher Aranha foi muito significativo para mim. Fiz em inglês porque tinha contas para pagar, mas ingenuamente fomos 'roubados'. Dediquei o filme ao escritor Manuel Puig que, ironicamente, me negou os direitos de adaptação até quando pode. Inclusive, morreu sem me dizer se gostou ou não do resultado final", falou entre tantas pérolas soltas na noite de ontem.
Ele recebeu das mãos do prefeito de Paulínia, José Pavan Jr.,  o Troféu Menina de Ouro.

Com cópia restaurada (ainda que em alguns momentos, a imagem desse sinais de ligeira rarefação), "O Beijo da Mulher Aranha" encantou quem já havia assistido ao filme na época de seu lançamento e também aqueles "marinheiros de primeira viagem". Em certos pontos ele pode até ter envelhecido, mas a química entre Valentim (Julia) e Molina (Hurt) é o grande trunfo da película. Ver ou rever "O Beijo..." com Sônia Braga fazendo um papel enigmático, valeu a pena.

Já passava da meia-noite, quando os convidados foram levados até o Estúdio Azul do Pólo Cinematográfico para curtir o coquetel de boas-vindas. O clima estava bastante aconchegante e ao som de hits dos anos 70-80, não teve quem ficasse parado.

Texto e Fotos: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Hector Babenco conversando com amigos no hall do Theatro Municipal de Paulínia

Legenda da Foto 2: Rubens Ewald Filho foi bastante requisitado pela mídia na abertura do festival

Legenda da Foto 3: O ator Flávio Bauraqui (que interpretou Arthur Bispo do Rosário, no ainda inédito "O Senhor do Labirinto") marcou presença na festa de abertura

Legenda da Foto 4: O secretário de Cultura de Paulínia, Emerson Alves (à esquerda), sua esposa, Carolina Bordignon e o ator Chico Díaz

Legenda da Foto 5: Fernanda Torres e Lázaro Ramos foram os mestres de cerimônia da abertura do Paulínia Festival de Cinema

Legenda da Foto 6: Hector Babenco estava bastante emocionado no seu discurso de agradecimento

Legenda da Foto 7: O Coquetel de abertura foi animada pelo "Bailinho", badalada festa do Rio de Janeiro

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