Assistir a "Tetro", filme mais recente do cineasta Francis Ford Coppola, é um deleite. Buenos Aires foi maravilhosamente fotografada em P & B, a trama é embalada por uma trilha jazzística com toque portenho e o elenco está bem afiado. Mas porque então, "Tetro" merece elogios, mas não maiores láureas ? Porque talvez Coppola, apesar de se mostrar em forma comandando sua equipe, exagere no tom melodramático principalmente nos últimos 15 minutos de projeção.
Sem deixar de lado sua marca- a exploração dos dramas familiares, sobretudo a relação pai/filho- Coppola se utiliza de outras linguagens artísticas, como a dança e o teatro, para compor o cenário em que se desenrola o drama vivido pelo adolescente Bennie (Alden Ehrenreich) e seu irmão mais velho, Tetro (Vincent Gallo).
Refugiado há anos na Argentina, o fracassado escritor Tetro, recupera-se de um acidente, quando aparece, de surpresa em sua casa, o irmão Bennie (que em determinados ângulos lembra Leonardo Di Caprio em início de carreira). Vivendo com a namorada Miranda (Maribel Verdú), Tetro a princípio reluta em ser amistoso com o irmão, mas aos poucos vai se apegando ao garoto, que anseia por carinho e consideração.
O problema é que Bennie descobre em manuscritos de Tetro escondidos, conteúdo revelador sobre a sua origem e sobre a relação conflituosa de seu pai (Klaus Maria Brandauer) com o irmão. A partir de então, a relação de ambos entra em colapso, para só no final, através de uma resolução um tanto forçada do diretor, voltar a ter um certo equilíbrio.
Mas precisava Coppola apelar tanto para o melodrama mexicano ? Derrapou feio no final.
Legenda da Foto: Tetro (ao fundo) e Bennie: relação fraterna conflituosa
OBS: O filme está em cartaz no Cine Cult Riomar (Diariamente às 14h)
2 comentários:
Assisti na Virada (foi o filme "surpresa") e achei uma lástima, insuportável. Não tem boa fotografia que sobreviva a tanta bobagem junta. Que desperdício de Maribel Verdú e , principalmente, de Carmen Maura! Um abraço.
Ôpa, Rui, tudo bem? Pois é, "Tetro" não é uma unanimidade, decididamente.
A crítica até que incensou, mas confesso que tem momentos bem modorrentos.
Abçs
Postar um comentário