Há dois dias, fui assistir ao novo filme de Fernando Meirelles, "360". Uma decepção. O nome sugere que a história dê uma volta completa e termine com os diferentes núcleos 'alinhavados' de forma a não deixar pontas soltas no roteiro. Ou o tecido escolhido foi de péssima qualidade, ou a ponta da agulha era romba demais. No fim, fica tudo esgarçado.
Meirelles já nos deu produções internacionais bem melhores, como "O Jardineiro Fiel" e "Ensaio Sobre a Cegueira". Desnecessário citar seu grande trabalho na telona: "Cidade de Deus". Peter Morgan, o roteirista de "360", também já mostrou ter talento para construir tramas fabulosas, como em "Frost/Nixon" e "A Rainha". Mas, nesse encontro, mal sucedido, quem sai perdendo é o espectador, que após quase duas horas de projeção, não sabe o porquê foram gastos tantos milhões de dólares e desperdiçado um elenco daquele quilate (Jude Law, Anthony Hopkins, Raquel Weisz, Ben Foster, Maria Flor) com uma trama tão insossa.
O tema principal gira em torno das relações amorosas ou, simplesmente, sexuais dos personagens. Há espaço para casais que traem seus companheiros, concomitantemente; prostituta que ascende num esquema regido pelo mundo virtual; pai que não se cansa de procurar a filha desaparecida, há anos; jovem que após ter descoberto que o namorado a traía, decide se envolver com o primeiro que aparece: o problema é que ele é um maníaco sexual, recém saído da prisão.
O problema é que cada sub-trama do filme, quando se inicia, não consegue chegar a um final convincente. Algumas situações são forçadas e outras completamente sem sentido ou desnecessárias. Criou-se uma expectativa grande, para com o encontro de um ótimo diretor- Meirelles- com um ótimo roteirista- Morgan. Mas, ao contrário do que poderia se esperar, "360" é um filme muito aquém da genialidade de cada um desses dois profissionais. Porque não dizer, esquecível.
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