O inverno está quase indo embora, mas os ventos do outono parecem ainda soprar com força total, lá pelas bandas de Nossa Senhora da Glória, na região do semi-árido sergipano. Tudo por conta do jovem poeta Ramon Diego Câmara Rocha, um estudante universitário, graduando do curso de Letras Português/Francês (UFS), que nas horas vagas, faz o que mais gosta: poetizar.
Numas dessas ações poéticas, nasceu “O Amor Não Cabe em Poema Concreto” e Ramon não pensou duas vezes, inscrevendo a solitária composição no concurso literário promovido pela paulista Big Time Editora. Resultado: ficou em 9º lugar (num universo de 1.500 inscritos) e, juntamente com mais 49 escritores, fará parte da coletânea “Ventos Soprados pelos Ventos do Outono”, a ser lançada no dia 08 de setembro, na sede da Editora, localizada no bairro de Itaquera.
“Fiquei muito honrado pela classificação que, confesso, foi inesperada. Já participei de alguns concursos, inclusive alcançando a pré-classificação, mas a seleção final para publicações é sempre muito severa. Penso que o resultado veio a calhar por conta da minha intenção futura de publicar um livro solo de poemas. Foi um impulso a mais, além de ser o único no livro representando Sergipe e a cidade de Nossa Senhora da Glória”, diz.
Por sinal, o livro solo que já está pronto (só aguardando patrocínio para a publicação), poderá contar com o trabalho luxuoso da designer Sandra Hiromoto (responsável pelo projeto gráfico do livro de crônicas “A Mulher que Não Queria Acreditar” de Fernanda Takai).
Explica-se: Ramon Diego, que certa vez entrevistou a cantora da banda Pato Fu para a revista eletrônica Impressões ( http://impressoes.soudegloria.com.br ), tomou conhecimento do trabalho de Hiromoto e enviou-lhe a antologia “Retalhos” (da qual participa com 10 poemas). A designer apreciou tanto seus versos que disponibilizou-se a conceber a capa do primeiro livro do gloriense, sem ônus.
Apesar do rosto de adolescente e da pouca idade- 21 anos-, quando discute sobre literatura, Ramon mostra-se um expert. Admirador de Manuel Bandeira, Manoel de Barros e Ferreira Gullar, o destemido poeta é um agitador cultural na cidade natal. Recentemente, participou da I Mesa Literária do Rock Sertão com o tema “Música e Literatura- Pontos de Convergência” e promoveu, juntamente com a Associação Sertão na Arte, o 1º Sarau da instituição. Por conta da participação na antologia “Retalhos”, ele foi convidado para a Bienal do Livro de Sergipe em Itabaiana e para a 26ª edição do Cantinho Cultural dos Correios.
Pela força e direção que o vento teima em soprar, a impressão é que ainda ouviremos falar muito de Ramon Diego. O jovem que enveredou pela literatura, basicamente no ensino médio, influenciado pelo poeta Jorge Henrique Vieira, pela cronista Carmem Sílvia de Almeida e o historiador Thiago Fragata, demonstra ter escolhido a poesia como forma de construção da sua subjetividade apoiada no peso da palavra, na lapidação e amor pela mesma.
Agora, é esperar que o livro circule por aqui e que os brasileiros conheçam o talento desse sergipano. Começando pelos próprios conterrâneos...
Um comentário:
Só posso me sentir gratificado pelas palavras de Suyene Correia. Obg.
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