terça-feira, 16 de outubro de 2018

Filmes Imperdíveis e Seus Diretores Maravilhosos (ou não!?)

Jacob Cedergren é o protagonista de "Culpa" de Gustav Möller


"3 Dias em Quiberon": embate entre Romy Schneider e a Mídia 


"Ága": tradição e resistência no gelo

"A Árvore dos Frutos Selvagens" novo filme de Nuri Bilge Ceylan 



Durante 10 dias, pretendo assistir a 40 filmes dentro da 42a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Pelo menos, foi o que programei para minha lista de "desejos", ainda que intercorrências possam acontecer, e um ou outro filme tenha sua exibição retirada do evento.

Dentre os títulos, acredito que alguns sejam bastante procurados pelos cinéfilos como "A Favorita" do grego Yorgos Lanthimos, filme vencedor do Grande Prêmio do Júri e da Colpa Volpi de Melhor Atriz para Olivia Colman, no último Festival de Veneza. O filme épico, cuja história se passa na Inglaterra,  no início do século XVIII, conta com um elenco feminino estelar, incluindo além de Colman (ela será a nova Rainha Elizabeth II na nova temporada da série "The Crown"), Emma Stone e Rachel Weisz.

Não menos requisitados serão os ingressos para as cinco sessões do novo filme de Lars Von Trier, "A Casa que Jack Construiu". Quem já viu o filme, de 155 minutos de duração, com Matt Dillon e Bruno Ganz, diz que o diretor dinamarquês não economizou nas cenas violentas. Para os fãs de Lars Von Trier, essa edição da Mostra ainda contará com exibições de três de seus antigos filmes, em cópias restauradas: "Elemento de Um Crime" (1984), "Europa" (1991) e "Ondas do Destino" (1996). 
Para quem nunca os assistiu na telona, é uma ótima oportunidade!!

Outro filme que merece ser conferido é "Em Chamas" do sul-coreano Lee Chang-Dong.  Baseado no conto "Queimar Celeiros" do escritor japonês Haruki Murakami, o longa foi laureado com o Prêmio da Crítica no Festival de Cannes. No centro da narrativa, três personagens: Haemi, Ben e Jongsu, que num dado momento, terão suas vidas severamente modificadas. Este filme é super aguardado, porque é o primeiro do diretor- um hiato de oito anos-, depois do sucesso internacional do tocante "Poesia" (2010).

Praticamente, nos últimos cinco anos de Mostra, teve novo filme do cineasta Hirokazu Koreeda (excepcionalmente, no ano passado, foi cancelada a exibição de "O Terceiro Assassinato"). Este ano, o vencedor da Palma de Ouro em Cannes, "Assunto de Família" poderá ser conferido em quatro ocasiões distintas. O diretor japonês aposta novamente numa história familiar, tendo personagens infantis como molas propulsoras, onde questões de ética e moral são colocadas em xeque. 

Igualmente, imperdível, é a nova produção do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, "A Árvore dos Frutos Selvagens". Mesmo com três horas de duração, o filme deverá atrair a atenção dos amantes do cinema "classudo" de Ceylan, que não se descuida da escrita do roteiro e da escolha dos atores para viverem os personagens complexos de suas tramas., além de ter uma habilidade ímpar na direção. 

A cineasta Emily Atef fez bonito na sua estreia em longas-metragens, com o drama "O Estranho em Mim" (2008), que passou há exatos 10 anos, na 32a edição da Mostra. Este filme, inclusive, foi escolhido pelo Júri Oficial, como o melhor da Mostra de 2008. Quatro anos depois, foi exibido "Kill Me" (2011), um thriller de arrepiar, mostrando que Atef também levava jeito na direção de suspense. Este ano, ela marca presença na 42a  Mostra com "3 Dias de Quiberon", ficção que reconstitui os preparativos para a última entrevista concedida pela atriz Romy Schneider.

Há dois anos, vi um dos melhore filmes da 40a edição da Mostra, "A Rede", do sul-coreano Kim Ki-Duk. Agora, o diretor polêmico chega com nova película "Humano, Espaço, Tempo, Humano", de tom fabular, onde passageiros de diversos perfis -idosos, prostitutas, criminosos- navegam num barco sobre as nuvens. Idolatrado por uns, rechaçado por outros (devido às acusações de assédio) Ki-Duk possui uma filmografia instigante com títulos como "Primavera, Verão, Outono, Inverno e...Primavera" (2003), "Casa Vazia" (2004), "Fôlego" (2007), "Pietá" (2012), entre outros.

Também, não há como ficar indiferente aos novos trabalhos do chinês Jia Zhangke- "Amor Até as Cinzas"-onde ele aposta no tema da máfia, com disputa entre gangues rivais; e do francês Jean-Luc Godard- "Imagem e Palavra"-que desistiu da aposentadoria, prometida há quatro anos, por ocasião do lançamento de "Adeus à Linguagem" (2014).

No que diz respeito aos filmes indicados pelos seus respectivos países, para concorrer a uma vaga na categoria Filme Estrangeiro no Oscar 2019, destaco "Guerra Fria" (Polônia), "Uma Mulher em Guerra" (Islândia), "O Intérprete" (Eslovênia), "A Valsa de Waldheim" (Áustria), "Culpa" (Dinamarca), "Eu Não Me Importo se Entrarmos Para a História Como Bárbaros" (Romênia), "Túmulos Sem Nome" (Camboja), "Roma" (México) e "O Anjo" (Argentina).

Por mais que eu indique títulos de cineastas consagrados, é importante chamar a atenção para os trabalhos de Novos Diretores, que nessa edição, contabilizam 104 filmes e concorrem ao Troféu Bandeira Paulista. Estou apostando em "A Balsa" de Marcus Lindeen, "A História da Pedra" de Starr Wu, "Ága" de Milko Lazarov, "Carmen e Lola" de Arantxa Echevarría, "Querido Ex" de Mag Hsu e Chih-Yen Hsu e "Sofia" de Meryem Benm' Barek.

Tenho pouco mais de uma semana para descobrir se minhas escolhas foram acertadas ou não. Se o títulos que escolhi são, realmente, imperdíveis, independente de serem dirigidos por diretores tarimbados ou iniciantes. A sorte está lançada!!

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