quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Encerramento da 33a Mostra de Cinema de SP



Fiquei dois dias sem postar, mas cá estou de volta. Hoje, à noite, na Cinemateca acontece a cerimônia de encerramento da 33a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Lá, saberemos qual filme foi escolhido como melhor pelo Júri Oficial, além do prêmio da crítica. Diga-se de passagem, que somos nós, jornalistas convidados pela organização do evento, que votamos nos melhores (internacional e nacional).
Num café da manhã promovido pela Mostra, hoje, pela manhã, no Hotel Renaissance escolhemos nossos preferidos. Quem não pôde comparecer, enviou por e-mail suas indicações e vamos ver se o voto da maioria, confere com o meu.
Logo em seguida, fui assistir ao filme brasileiro (único do país que vi) "Os Famosos e os Duendes da Morte" do Esmir Filho, vencedor no último Fest Rio. Como tive uma conversa com o diretor, o roteirista, Ismael Caneppele e os atores Henrique Larré e Samuel Reginatto, dedicarei uma postagem especial ao filme no final da Mostra.

Nos últimos dias do evento, no entanto, fui tendo melhor sorte nas escolhas das películas. Na terça-feira, assisti ao iraniano " O Homem Que Comia Cerejas"- que não gostei tanto assim-  e ao italiano "A Pequenina". Esse sim, valeu a pena. Um pequeno filme, sem muitas pretensões, mas de uma sensibilidade...Não se vê aqui conflitos e nem é preciso. O filme se sustenta pela espotaneidade da atriz mirim- será que algum dos atores era parente dela?- e pelo carisma dos personagens.

Ontem, porém, os dois tiros foram certeiros. Primeiro vi o ótimo "Cúmplices" de Frederic Mermoud- que concorre ao Troféu Bandeira Paulista da Mostra-  uma co-produção França/Suíça. Um policial bem redondinho, com atores bem dirigidos e aquela vontade de estar na trama, ao lado deles. Destaque para o ator Gilbert Melki que vive o policial Heré Cagan (ele tem o mesmo jeitão de Al Pacino) e os jovens Cyril Descours (Vincent) e Nina Meurisse (Rebecca).

O segundo acerto no alvo foi "Shirin" de Abbas Kiarostami. Filme procuradíssimo nas filas das bilheterias "Shirin" é um exercéicio cinematográfico diferente. É muito mais um filme proposta que qualquer outra coisa. Mas que dá certo, na medida do possível. Apesar de uma certa evasão (contei cerca de 16 pessoas que deixaram a sal de projeção aolongo de seus 90 minutos), o novo filme de Kiarostami é interessante, à medida que o que se passa à nossa frente, nada mais e do que as reações de algumas dezenas de espectadoras numa sala de cinema, que veem ao clássico "Shirin".

Apenas entendemos a trama através das legendas e do som, além, é claro , das reações diversas que essas mulheres expõem a nós espectadores do lado de cá da tela. Até Juliette Binoche esta lá se emocionando com a clássica história iraniana escrita no século XII e o próprio Abbas também faz parte da platéia.
Mas o erro de Kiarostami e se alongar na história e de em ceros momentos, as reações da platéia tornar-se repetitiva. No entanto, vale como diferencial.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Uma das espectadoras de "Shirin" de Abbas Kiarostami

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