sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Que tal um musical inteligente no TTB ?




Pois é, estava falando ao telefone ontem, com um amigo que trabalha com produções locais ( espetáculos teatrais) e reclamei dos que têm aportado por aqui ultimamente. Já fiz uma crítica aqui no blog, aos chamados espetáculos de "humor inteligente"- esses do tipo stand up comedy- porque para mim, de inteligente, eles não têm nada. Mas quem aposta nesse tipo de espetáculo que, diga-se de passagem, dá lucro, parece não enxergar o outro lado da moeda, as outras possibilidades que existem por aí.

Tive a oportunidade de conferir em São Paulo, um musical de primeiríssima qualidade, inteligente até a "tampa",  que bem que poderia chegar por aqui. Trata-se de "Avenida Q", dirigido por Charels Möeller e adaptado para o Brasil por Cláudio Botelho.

Originalmente, "Avenida Q" é um espetáculo elaborado por Robert Lopez e Jeff Marx, que estreou no Vineyard Theatre na Off-Broadway em 2002, e após sucessivos adiamentos do término da temporada, transferiu-se para a Broadway em 2003. Até hoje em cartaz na Broadway e há três anos no West End em Londres,  o espetáculo americano ganhou uma versão brasileira que pode ser conferida em São Paulo, no Teatro Procópio Ferreira, até 06 de dezembro.

O maior trunfo do espetáculo ( que já passou no Rio de Janeiro com imenso sucesso) é sua versatilidade e seu humor cáustico. Apesar de 16 bonecos (parecidos com os dos Muppet Show) entrarem em cena, manipulados por oito atores-cantores, o musical não é voltado para crianças, que se muito pequenas, nem irão entender as piadas de duplo sentido e a inteligência do texto escrito por Jeff Whitty.

Basicamente, a estória gira em torno de Princeton, recém saído da Faculdade, que muda-se para a Avenida Q, para resolver seu maior dilema: encontrar seu verdadeiro rumo na vida. Lá, ele é conduzido numa aventura de autoconhecimento  por um grupo de vizinhos estranhos, alguns adoráveis, outros neuróticos, alguns humanos, outros peludos, mas que também como ele, ainda t~em muito o que aprender da vida.

Entram em cena os atores André Dias, Sabrina Korgut, Fred Silveira, Renata Ricci e Gustavo Klein  que manipulam, respectivamente, os bonecos Princeton/Rod; Kate Monstra/Lucy De Vassa; Nicky/Trekkie Monstro; Dona Coisa Ruim/Ursinha do Mal e Ricky; Ursinho do Mal/Recém-Chegado; além de Cláudia Netto (Japaneusa) Maurício Xavier (Gary Coleman)  e Renato Rabelo (Brian).

Nos bastidores, atrás do belo cenário assinado por Rogério Falcão tocam ao vivo, a banda formada por Zaida Valentim, (teclado 1) Heberth Souza (teclado 2), Cristiano Vogas (sub-teclado), Gustavo Ramanzini (percussão), Rodrigo Oliveira (contrabaixo), André Marques Porto (violão/guitarra e banjo) e Ederson Antônio Marques (sax/flauta/clarinete).

São pouco mais de duas horas de muita diversão, onde é possível curtir um repertório de 20 canções que colam rapidinho no ouvido. Tenho certeza que se viesse para cá, "Avenida Q" lotaria as dependências do Teatro Tobias Barreto. Alguém se habilita ?

Texto e Fotos: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Depois do espetáculo, consegui bater um papo rápido com os atores André Dias... 

Legenda da Foto 2: ... e com Renata Ricci e Fred Silveira

Legenda da Foto 3: Cartaz do espetáculo com alguns atores que foram substituídos na temporada paulistana

Nenhum comentário: