A exposição "Matisse Hoje" foi encerrada no último dia 2 (Dia de Finados), na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Estou me reportando a ela tardiamente, mas não poderia deixar de registrá-la. Fui conferi-la no dia 31 de outubro, pela manhã, único horário disponível numa agenda superlotada.
Saí cedo do hotel, cheguei por volta das 11h na Estação da Luz, e ao me dirigir à entrada principal da instituição percebi que não seria nada fácil conferir as cerca de 80 obras do artista- a primeira desta magnitude dedicada ao francês no Brasil- devido a uma multidão que já esperava para adentrar aos salões reservados para a retrospectiva.
Mas não me abati. Fui logo ver algumas fotos do pintor trabalhando em seu ateliê feitas nas primeiras décadas do século passado. Esse salão até que não estava muito disputado pelos visitantes, mas ao me dirigir para o subsolo, em direção à entrada dos salões que abrigavam suas obras, bem como as dos artistas Cécile Bart, Christophe Cuzin, Frédérique Lucien, Philippe Richard e Pierre Mabille, a situação era bem diferente.
Depois de uns 20 minutos andando a passo de lesma, consegui ultrapassar a porta principal e me deparar com centenas de pessoas reverenciando a obra do pintor, desenhista, escultor e gravurista Henri Matisse.
Confesso que não morro de amores pelo artista fauvista , conhecido pelas cores berrantes que escolhia para dar vida às paisagens, naturezas mortas e modelos que retratava. Contudo, emocionei-me ao me deparar com anônimos de A-Z, de diversas faixas etárias, reverenciando o artista plástico que no final da vida, criou os tão conhecidos papéis recortados.
Todo mundo de máquina em punho, para levar para casa um pouqinho daquela arte "ao vivo". Os dois painéis, "Oceania, o Céu" e "Oceania, o Mar" que traduzem bem a ideia do recorte para o artista eram os mais requisitados, mas também não ficava para traz o interesse da massa para com "O Torso de Gesso" de 1919, "Odalisca com Calça Vermelha" de 1921 e "Natureza Morta com Magnólia" de 1941, um dos seus trabalhos preferidos (foi refeita 11 vezes).
Pequei em não ter levado a câmera comigo num primeiro momento, só pegando mais tarde, já fora dos salões da exposição. Mesmo assim, fiz alguns registros através do vidro, para não deixar passar em branco. O que eu queria mesmo era registrar as obras dos cinco artistas contemporâneos que de um jeito ou de outro dialogam com a arte de Matisse. Destaque para as obras de Philippe Richard e Frédérique Lucien.
Harmonia e serenidade era o que exalava das telas do pintor. Talvez por isso, ele faça ainda tanto sucesso hoje. Quem sabe, para sempre...
Texto e Fotos: Suyene Correia
Legenda da Foto 1: Placa indicativa para a exposição "Matisse Hoje"
Legenda da Foto 2: Foto (através do vidro) da obra "Natureza Morta com Aparador Verde" de 1928
2 comentários:
Matisse e suas pinceladas, suas cores vivas, naturezas e femininos...Eternidade sublime em arte que se faz vida...
Para além de Matisse uma dica: quando puderes vá a Salvador. A exposição de obras de Rodin ( a maior fora da França) está visceral....
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