sexta-feira, 14 de setembro de 2018

51a edição do Fest Brasília abre com exibição de "Imaginário" e "Domingo"

Cena de "Imaginário" de Cristiano Burlan 


Família reunida em "Domingo" de Clara Linhart e Fellipe Barbosa


Logo mais, às 19h, no Cine Brasília, será aberta a 51a edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.  A sessão Hors Concours, deste ano, contará com as exibições do curta "Imaginário" de Cristiano Burlan (SP) e do longa-metragem de ficção “Domingo” de Clara Linhart e Fellipe Barbosa (RJ). Enquanto o curta de Burlan se alinha à vocação política do Festival de Brasília e, às vésperas de uma eleição majoritária, faz um apanhado de discursos marcantes sobre a vida política do país desde os anos 1940. A trama de "Domingo"  acontece no interior do Rio Grande do Sul, no dia 1o de janeiro de 2003, dia de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Duas famílias gaúchas se reúnem em uma mansão rural para um churrasco, enquanto seus filhos adolescentes, de hormônios à flor da pele, transformam aquela data em um dia especial. No elenco, Camila Morgado, Chay Suede e uma das homenageadas da noite, a veterana no Festival de Brasília, Íttala Nandi. O filme fará sua estreia brasileira no Festival de Brasília, logo depois de voltar de sua estreia mundial no Festival de Veneza, onde será exibido na mostra paralela Venice Days.

A noite de abertura também terá a estreia do Prêmio Leila Diniz. A premiação foi criada com inspirações na memória da atriz que, embora tenha vivido apenas 27 anos, foi um importante nome do imaginário brasileiro, sendo considerada grande ícone da liberação feminina ante a secular opressão machista. Em 2018, quem recebe o Prêmio Leila Diniz são Íttala Nandi e Cristina Amaral.

Após importante trajetória no teatro, Íttala enveredou pelo cinema, em filmes marcantes como "Pindorama" de Arnaldo Jabor, "Os Deuses e os Mortos" de Ruy Guerra, "O Homem do Pau Brasil" de Joaquim Pedro de Andrade, além de vários outros papéis marcantes na TV. A atriz também dirigiu documentários e trabalhou como produtora e dramaturga, tendo ainda sido professora e coordenadora de cursos de cinema.

Cristina Amaral aparece como premiada pela sua importância como montadora de cinema, carreira na qual atua há mais de 40 anos. Entre suas parcerias mais constantes e profícuas incluem-se trabalhos com Andrea Tonacci, Carlos Reichenbach e Edgard Navarro. Cristina recebeu inúmeros prêmios, inclusive o Candango em Brasília, por 'Sua Excelência o Candidato' e 'Alma Corsária'.

Outro grande momento da cerimônia é a entrega da medalha Paulo Emílio Sales Gomes que, em sua terceira edição, será concedida aos mestres Ismail Xavier e Walter Mello. A premiação existe desde o 49º Festival de Brasília e leva o nome de Paulo Emílio, crítico e professor de cinema, além de um dos fundadores do curso de cinema da Universidade de Brasília e da Semana do Cinema Brasileiro, que viria se tornar, mais tarde, nosso prestigiado Festival de Brasília. A proposta da medalha é reconhecer, anualmente, personagens históricos no ensino, crítica e difusão do cinema brasileiro.

A noite de 14 de setembro também marca a abertura da exposição "Momento em Movimento" de Mila Petrillo. A coletânea faz parte do projeto "Por Outras Lentes" e apresenta registros de grandes personagens do cinema nacional que passaram pelo Festival de Brasília desde a década de 1980, registrados pelas lentes cuidadosas desta, que é uma das mais célebres fotógrafas radicadas no Distrito Federal. A exposição funcionará das 10h às 24h, na área externa do Cine Brasília. Na ocasião, também será lançado o site que disponibiliza parte do acervo da fotógrafa ao grande público.

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